
Então assim que é o Céu!
Uma estradinha coberta de brita, ladeada por flores e árvores de um lado e por uma casa amarela com janelas azuis do outro.
E vocês três, meus amores, estão aí, trilhando estes caminhos desconhecidos.
Estão todos altivos, conseguem andar com as próprias pernas, sem limitações e mais vivos do que nunca. Já não vejo dor nem sofrimento, já não há angústia nem temor e o mais importante de tudo, estão juntos.
A vó continua a mesma, sempre carregando uma bolsa pendurada no braço, tinta no cabelo em dia e vestindo uma blusa fresquinha que não lhe pinique a pele.
O vô com a mesma mania de usar sapatos sem meias, cinto de couro para segurar a bermuda e aquela bengala de madeira que usava mesmo sem precisar.
Caminham, os dois, como sempre caminharam na vida, distantes, mas sempre ao alcance um do outro. Não parecem hesitantes, sabem exatamente que rumo tomar e o que lhes espera quando nesta estrada aparecer uma curva logo ali dobrando.
E tu, pai? Ainda olhas para trás?
Ainda hesitas em trilhar esta estrada?
Preocupado conosco, sentindo saudades?
Não hesita, segue teu caminho por aí. A saudade aperta todos os dias, todas horas, minutos e incontáveis segundos.
Mário Quintana disse que a eternidade é um relógio sem ponteiro, mas para mim, a eternidade é a saudade!
Estarei sempre apenas há alguns passos de ti e algum dia, em uma destas curvas floridas, vamos nos reencontrar.
Andaremos lado a lado outra vez — eu e tu — e este hiato no tempo não será nada comparado à imensidão do nosso amor.
A eternidade é a saudade, gostei muito desta frase.
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Acho esse texto teu lindo. Me toca num lugar de quem se identifica.
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Esse é um dos que eu mais gosto!!!!
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